A história da sexualidade humana é tão antiga quanto
o homem. Todos os registros de culturas antigas mostram-nos como a humanidade
tratava a questão homossexual. Em todos os casos, a homossexualidade não era
apenas tolerada, mas socialmente aceitável.
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Mas, de repente, chegaram os inventores do castigo,
da culpa castrante e do pecado, e o que em princípio era costume, tornou-se
algo contra a lei de Deus, ficou rotulado como monstruoso e uma longa série de
adjetivos. Conhecer a história permite-nos saber que mesmo em uma das mais
homofóbicas organizações que existem hoje em dia, a Igreja Católica, nem sempre
foi assim. No passado, a Igreja cristã abençoava os casais homossexuais no que
era então chamado "ritos de geminação". Na Igreja Ortodoxa do Ocidente,
foram encontradas provas de que esses casamentos eram comemorados tanto pelos
papas ortodoxos como por padres católicos. No início do cristianismo, a igreja
teve que aceitar essas relações, para não perder adeptos. Estas relações não
eram apenas toleradas, mas também há exemplos de tais parcerias entre os santos
cristãos. São Sergio e São Baco (? - 297) Sergio de Resapha e Baco de
Barbalissus, nobres romanos e militares no exército do imperador Cesar
Maximiano, viviam em Coele, Síria, perto de Comana em Cappadocia (província
romana), no início do século 4 dC. Sergio foi comandante (primicerius) da
escola de recrutas Arabissus, composta de bárbaros, chamada de Schola Gentilium
(Escola dos Pagãos), e Bacchus era seu subalterno (secundarius), seu auxiliar
direto. Manuscritos gregos revelaram que foram abertamente homossexuais e que
eram ‘erastai’ (amantes). Estes manuscritos estão em várias bibliotecas
européias e indicam a atitude inicial do cristianismo em direção a
homossexualidade, de forma diferente do que eles pregam hoje. Seus nomes são
invocados em cerimônias de união entre casais do mesmo sexo, casamento aceito e
respeitado por direito divino e humano na Europa cristã na época em que viviam.
Convertidos ao cristianismo, Sergio e Baco não estavam presentes quando o
imperador foi fazer um sacrifício a Zeus e Júpiter. Quando chamados por
Maximiano que, para testar a sua lealdade, ordenou-lhes a participação nos
ritos pagãos de sacrifício, Sergio e Baco se recusaram e assumiram sua fé
cristã. A punição foi terrível. Foram despidos e vestidos com roupas femininas
e exibidos pelas ruas da aldeia. Flagelados com chicotadas, Bacco logo morreu
(01/10/297), Sergio foi levado para Resapha (Síria) e suportou intensos
sofrimentos, caminhando quilômetros com os sapatos forrados com pregos afiados
e finalmente foi decapitado (07/10/297). Ambos foram enterrados nos arredores
da cidade de Resapah. Na Idade Média Os dois foram suscitados em cerimônias
para abençoar casais homossexuais. Na Síria Após a canonização, o Imperador Justiniano
construiu, em honra de Sergio, igrejas em Constantinopla e Acre. A primeira foi
transformada em mesquita e tem em seu interior raros exemplares da arte
bizantina. Sergio foi nomeado patrono da Síria. Em Roma Existe uma igreja,
construída no século VII, consagrada a Sergio e Baco. Os dois santos são
representados pela arte cristã como soldados com roupas do exército e
empunhando palmas de flores. Na Igreja ortodoxa No Monte Sinai, no Mosteiro
Ortodoxo de Santa Catarina, mandado construir pela Imperatriz Helena de
Bizâncio, são encontrados ícones de São Sergio e São Baco representados lado a
lado, segurando, juntos, uma cruz. Em 2000, o Papa João Paulo II visitou o
local. Este ícone (a palavra vem do grego eikón e significa imagem, são
sinônimo de arte sacra bizantina e estão em todas as Igrejas Ortodoxas) é do
sétimo século, e está agora no museu de arte oriental e ocidental, em Kiev. É
interessante ver como Cristo aparece na posição tradicional dos romanos
‘Pronubus’, por trás de Sergio e Baco. O fato é que São Sérgio e São Baco,
mártires da Igreja, viraram ícones do movimento gay, inspirando artistas. Suas
imagens servem à defesa da união civil entre pessoas do mesmo sexo, cujas
cerimônias são seladas com a leitura da oração dos dois santos. Eles têm até um
dia, os jovens amantes são venerados na liturgia bizantina em 7 de outubro.
Imagem: meioambiente.culturamix.com
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