segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Homossexualidade na Igreja: uma tradição medieval





Documentos do século XIV mostram que relações sexuais entre religiosos maduros e jovens aprendizes é muito mais antiga que o atual escândalo enfrentado pelo Vaticano

Jean Verdon

Apesar de perseguido, o homossexualismo esteve muito presente na Idade Média. Segundo John Boswell, autor de Christianisme, tolérance sociale et homosexualité (Cristianismo, tolerância social e homossexualismo), a prática teve uma importância no período que só seria igualada em nossos dias. Boswell atribui a disseminação do homossexualismo à renascença carolíngia, ao desenvolvimento das cidades e à cultura eclesiástica.

Na Idade Média, o meio monástico era um terreno propício para a sodomia: a Regra de São Bento previa que os monges deviam dormir cada um em uma cama, de preferência em um mesmo local, com sacerdotes mais antigos que cuidariam deles. Os regulamentos de Cluny proibiam que os noviços ficassem sozinhos ou na companhia de um só professor. Se um dentre eles, à noite, tivesse de sair para satisfazer suas necessidades, tinha de estar acompanhado por um mestre e por outro jovem munido de lanterna.

Foi em meio a esse ambiente que Arnaud de Verniolle, subdiácono fugido das prisões da ordem dos franciscanos no século XIV, acusado de heresia e de sodomia, afirmou ter sido iniciado nas práticas homossexuais por um colega mais velho, que se tornara padre. Aos 12 anos, seu pai o colocou em uma escola de Pamiers comandada pelo mestre Pons de Massabuc para aprender gramática. Arnaud dividia o quarto com seu professor e outros jovens. “Quando eu morava naquele quarto, fiquei dormindo na mesma cama, durante cerca de seis semanas, com Arnaud Auréol. Depois de duas ou três noites que passamos juntos, ele, pensando que eu dormia, me tomou nos braços e me prendeu entre suas coxas, colocando seu membro viril entre as minhas e, como se estivesse com uma mulher, se mexeu e ejaculou em minhas pernas. Quase sempre, a cada noite que dormíamos juntos, ele recomeçava esse pecado. Como eu, naquele tempo, era ainda uma criança, apesar de não gostar do ato, não ousava contá-lo a ninguém, por pudor.”

Arnaud declarou que, anos depois, sentia um mal físico quando se abstinha por mais de oito ou quinze dias de ter relações com um homem ou uma mulher. Tinha, então, experiências heterossexuais, mas uma aventura o fez renunciar às mulheres. Segundo o frei Pierre Record, encarcerado na mesma cela que Arnaud por alguns dias, o subdiácono lhe contou que “na época em que se queimavam os leprosos, ele morava em Toulouse, tendo relações com uma mulher da vida; depois de cometer esse pecado, seu rosto inchou, o que o fez acreditar que estivesse com lepra. Por isso, jurou que a partir de então nunca mais teria relações carnais com mulheres.”
Por outro lado, Arnaud prosseguia com suas aventuras, especialmente com adolescentes. Às vezes, para atingir seus objetivos, ele prometia um emprego com um cônego homossexual, como fez com o estudante Guillaume Rous. Arnaud disse a Guillaume que aquele cônego costumava ter relações com jovens e que o estudante deveria suportá-las em troca do emprego. O estudante disse que não havia problema, pois já tinha cometido esse pecado com um professor de equitação de sua região. Arnaud, aproveitando-se do fato, propôs mostrar a Guillaume como procedia e, em troca, desejava conhecer as técnicas do equitador. Os dois mantiveram relações por muitas vezes.

Para conseguir seu intento, Arnaud dizia que o pecado da sodomia e o da simples fornicação tinham a mesma gravidade. Entretanto, sabia que os padres não podiam simplesmente absolver os que confessavam a sodomia sem uma permissão especial do bispo, o que era permitido em relação à simples fornicação e ao adultério.

Guillaume, no entanto, tinha interesse em se fazer de vítima e acusou Arnaud de violação: “No início, eu recusei – contou – e fugi. Então, Arnaud me perseguiu e jogou-me em cima meu Doctrinal, cuja encadernação se destruiu com o golpe. Depois, pegou uma faca (...) correu atrás de mim, me agarrou e me levou à força ao local onde tínhamos estado antes, (...) torcendo-me o braço com uma mão e tendo na outra, a faca apontada contra mim. Depois me tomou em seus braços, tendo dobrado os meus contra seu peito, com a intenção de me levantar e me carregar até o local em questão. Não conseguindo, me tirou dali, me arrastando e me empurrando”. Arnaud foi condenado “ao muro absoluto, a pão e água, aos ferros, perpetuamente”.

O caso de Arnaud de Verniolle, longe de ser uma exceção, parece ser um exemplo detalhado de uma prática à qual uma série de documentos da época fazem alusão. Por volta de 1051, São Pedro Damião escreveu um longo tratado, O livro de Gomorra, comentando especialmente as relações sexuais entre homens, sobretudo entre clérigos. Acusava os padres de ter relações com seus seguidores e afirmava que muitos deles, para escapar às sanções da Igreja, se confessavam a outros clérigos homossexuais.
Hildebert de Lavadin, arcebispo de Tours (1055-1133) citado por Boswell, nos fez entender que o homossexualismo estava presente entre muitas pessoas, inclusive as mais eminentes: “Inúmeros Ganimedes honram inúmeros altares e Juno se arrepende de não mais ter aquilo a que estava acostumada. O rapaz, o homem feito, o velho se enlameiam neste vício presente em todas as classes sociais”.

O meio urbano tinha um papel importante no desenvolvimento da homossexualidade. Chartres, Sens, Orléans e Paris seriam seus centros mais destacados. Os sermões dos pregadores, como os de Bernardino de Siena por volta de 1420, as discussões e as medidas tomadas pelas autoridades públicas mostravam que as cidades toscanas, em particular, eram seus principais focos. A prática era muito comum entre os jovens solteiros, pois os homens eram obrigados a contrair casamentos tardios. Como o pai nem sempre se manifestava, ausente por razões profissionais, velhice ou morte, os aspectos masculinos da sociedade perdiam seu prestígio face aos caracteres femininos de doçura e polidez inculcados pelas mães, educadoras das crianças.
As condutas não heterossexuais apareciam em apenas 0,5% das cartas de remissão. O homossexualismo excluía; constituía acusação quase sempre imputada aos heréticos. Notemos que os raros casos atestados nessas cartas eram relacionados a uma inclinação amorosa. Uma carta de 1385 declara que os parceiros tinham o hábito “de estar juntos e de se freqüentar sempre por amor, de gostarem um do outro, de jogar e se divertir sempre juntos”. Um dos dois era casado e pai de quatro filhos. Quanto às injúrias com conotação sexual, eram apenas dirigidas às relações com as mulheres. Quando não, eram utilizados termos sem relação aparente com o ato: a injúria ligada ao homossexualismo se exprimia como brincadeira, como “primeiro de abril”.

O homossexualismo, antes do século XIII, não fora objeto de condenações virulentas segundo John Boswell. Face ao amor e ao erotismo, parecia, pois, existir uma tradição cristã tolerante. Nos penitenciais– apanhado de pecados acompanhados cada um de uma penitência – o homossexualismo não tinha nenhum privilégio em relação aos outros desvios. Entretanto, São Columbano retomaria muitas vezes o tema da sodomia, pronunciando severas condenações. O monge que se deixasse levar a cometer atos como o homicídio ou a sodomia jejuaria por dez anos. Aquele que tivesse um filho jejuaria por sete anos a pão e água.

O laico que praticasse a sodomia jejuaria por sete anos, dos quais os três primeiros a pão e água, com sal e legumes secos apenas. Nos quatro últimos, absterse-ia de pão e de carne.
Repressão crescente

A condenação seria mais pesada a partir do século XIII. Um pouco antes, o conselho de Naplouse, em 1120, decretou que todo adulto condenado por ter cometido voluntariamente o pecado de sodomia seria queimado na fogueira. O III Concílio de Latrão, em 1179, previu que todo indivíduo que tivesse cometido um ato de incontinência contra a natureza seria reduzido ao estado laico ou relegado a um mosteiro, se fosse um clérigo; excomungado e totalmente excluído da comunidade de fiéis, se fosse um laico.

No final da Idade Média, uma época em que era necessário procriar nos países despovoados por epidemias e guerras, o homossexualismo foi objeto das garras da justiça. Em 1343, na região de Lyon, Mathieu de Colombetes foi condenado a uma multa de 300 florins, cem vezes mais do que a multa prevista para um concubinato.

Nos séculos XIV e XV, as autoridades se inquietavam com a progressão do homossexualismo. O discurso médico era ambíguo. Não ignorava completamente a prática, mas se mostrava discreto em seus comentários sobre o Cânon de Avicena, que a menciona por repetidas vezes. Jacques Despars, médico do século XV, foi mais explícito. Amplificando o tratamento preconizado por Avicena, detalhava os castigos aos quais os homossexuais deveriam ser submetidos. Mantinha, porém, um prudente silêncio em relação à pedofilia. Depois de ter conhecido o texto aviceniano, concluiu que poderia relatar muitos outros tipos de coitos sodomitas, mas preferiu se calar. A natureza humana, com sua tendência ao mal e desejosa de novas concupiscências, correria riscos se decidisse praticá-los.

A mesma prudência se manifestava entre os confessores: por querer informar demais, corria-se o risco de que homens e mulheres cometessem pecados desconhecidos até então. Mesmo assim, no final da Idade Média os processos contra os sodomitas se multiplicaram. Um controle da vida privada – mesmo que não se possa exagerar na importância da repressão – foi instaurado. Se as práticas não eram novas, a visão que a sociedade tinha delas havia mudado. Foi preciso esperar até 1568 para que Pio V tomasse medidas mais severas que as editadas no III Concílio de Latrão, determinando que os clérigos e monges sodomitas perdessem seu estatuto e fossem entregues ao braço secular.

domingo, 14 de setembro de 2014

Ser gay é crime em mais de 70 países



Pessoas estão sendo mortas por causa de sua orientação sexual, apesar dos progressos feitos em alguns países, incluindo a Grã-Bretanha, para eliminar o preconceito.

http://amaivos.uol.com.br

Um amplo estudo dos direitos mundiais de lésbicas, bissexuais e gays, divulgado pelo The Independent on Sunday [IoS, edição dominical do jornal The Independent], revela o preço brutal – e, em muitos casos, fatal – que as pessoas pagam em todo o mundo por causa de sua sexualidade. A pesquisa, realizada pela rede de caridade da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersexo (ILGA), mostra que 76 países ainda perseguem pessoas com base em sua orientação sexual – sete dos quais punem os atos homossexuais com a morte.
Em uma escala global, as nações que estão fazendo algo positivo pelos direitos dos gays parecem pequenas diante daquelas que se comportam negativamente. Enquanto 75 países irão prendê-lo se você for gay, apenas 53 têm leis antidiscriminação que são aplicadas à sexualidade. Apenas 26 países reconhecem as uniões de mesmo sexo.
Nos 10 anos desde que o IoS publicou sua primeira "Pink List", a Grã-Bretanha fez progressos impressionantes em prol da igualdade sexual. Em uma única década de progresso, os gays têm o direito de adotar crianças, igual maioridade, legislação para protegê-los contra a discriminação e a possibilidade de se unir até em cerimônias civis.
Mas a homofobia continua sendo uma cicatriz na paisagem social da Grã-Bretanha. Em todo o mundo, centenas de pessoas são mortas a cada ano só por serem gays. Ben Summerskill, chefe-executivo da Stonewall, organização britânica pelos direitos de lésbicas, gays e bissexuais, disse: "Estamos conscientes de que, embora o progresso que possamos estar tendo na Grã-Bretanha seja notável, há vários países no mundo onde as pessoas ainda vivem com medo de suas vidas, só por causa da forma que nasceram. Ajudar a apoiá-las com sensibilidade é uma obrigação fundamental de qualquer pessoas que se preocupe com os direitos humanos no mundo em geral".
O quadro em muitas outras partes do mundo pode fazer com que a Grã-Bretanha pareça comparativamente acolhedora, especialmente em um dia em que comemoramos as 100 figuras influentes que são abertos com relação à sua sexualidade. Mas como o primeiro-ministro, David Cameron, escreveu no último domingo, a "Pink List" também lembra o Reino Unido a não se sentar sobre seus louros.
"Além de ser uma celebração, a 'Pink List' é um desafio e um lembrete de que devemos ir mais longe", disse. "Sim, o Reino Unido é um líder mundial em igualdade de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros, mas não podemos ser complacentes. Enquanto houver pessoas lá fora se sentindo marginalizadas e ameaçadas, temos que continuar combatendo o preconceito."
A apresentadora Clare Balding, que na semana passada foi repudiada pelo colunista do Sunday Times A. A. Gill como uma "lésbica de moto" [dyke on a bike], escreve no jornal deste domingo que ser gay na Grã-Bretanha "ainda não é fácil". Ela recebeu uma carta do The Sunday Times que dizia que o artigo homofóbico era equivalente à crítica que Jeremy Clarkson recebe sobre o seu jeito de se vestir.
Summerskill acrescentou que a chave é desafiar o preconceito. "Pessoas ainda estão sendo assassinadas por causa de sua sexualidade nas ruas de Londres, que é conhecida como a cidade mais progressista do país. Quando Jeremy Clarkson ou Chris Moyles dizem 'O que você está reclamando?', a resposta é 'Por que você não tenta andar na rua de mãos dadas com outro homem?'".
A pressão social para ser "hetero" na Grã-Bretanha ainda precisa ser eliminada. Quando o vencedor do X Factor, Joe McElderry, 19 anos, revelou ser gay neste domingo, isso aconteceu depois dele já estar se sentindo incapaz de admitir a sua sexualidade. Mesmo quando alguém invadiu sua conta no Twitter para revelar a sua sexualidade no mês passado, ele ainda insistiu que era heterossexual. De acordo com o Stonewall, quase dois terços das jovens lésbicas, gays e bissexuais experimentam bullying homofóbico nas escolas da Grã-Bretanha.
O estudo da ILGA dos direitos mundiais dos homossexuais mostra que, em outros lugares, admitir ser gay ainda é uma questão de vida ou morte. Em grande parte da África, na última década, viu-se as vidas de gays irem "de mal a pior", diz o relatório. Mais de 50% dos Estados africano tomaram medidas para criminalizar a homossexualidade, e a homofobia religiosa é abundante. O quadro não é muito melhor na Ásia, onde 23 países tornaram o fato de ser gay um crime.
A América Latina e o Caribe também são o lar de muitos governos com uma visão semelhante. Na Jamaica, o sexo com outro homem é descrito no livro estatutário como um "crime abominável".
Widney Brown, da Anistia Internacional, lista a África subsaariana, o Oriente Médio e a Europa oriental como as regiões que lhes dão as maiores preocupações com relação aos direitos dos homossexuais. Brown também alertou contra o fato de as nações ocidentais estarem se tornando complacentes. "Os EUA são o único país da Otan com uma proibição de se ser abertamente gay nas Forças Armadas".
Renato Sabbadini, co-secretário geral da ILGA, disse: "A indignidade recai inteiramente sobre esses Estados, porque deles é a vergonha de destituir um número significativo dos seus cidadãos de dignidade, respeito e gozo de direitos iguais".
Ilegalmente deportados
Um gay da Uganda que pedia asilo no Reino Unido foi ressarcido em 100 mi libras em uma compensação sem precedentes do Ministério do Interior, após o órgão admitir que havia violado a lei ao deportá-lo e colocar sua vida em perigo, enquanto seu caso ainda estava pendente.
John Bosco Nyombi, que agora tem licença para permanecer no Reino Unido, foi espancado e colocado em um avião de volta para Kampala pela equipe de segurança que trabalhava para o Ministério do Interior em 2008. O IoS noticiou no ano passado que os juízes da Suprema Corte decidiram que sua remoção foi "manifestamente ilegal, obrigando o Ministério do Interior a trazê-lo de volta à Grã-Bretanha. O homem de 39 anos fugiu para o Reino Unido em 2001, porque ser gay na Uganda pode resultar em prisão perpétua. Mais de um gay preso foi morto enquanto cumpria pena nas prisões da Uganda.
Nyombi tinha pendente um pedido de revisão judicial sobre seu caso quando foi enviado de volta. Quando ele tentou resistir à equipe enviada para deportá-lo e pediu um advogado, os oficiais de remoção britânicos arrastaram-no alegadamente pelas algemas e bateram em sua virilha e em seus ombros.
Poucos minutos antes de sua chegada em Kampala, Nyombi foi interrogado pela polícia de fronteira. Ele escapou de uma prisão inicial depois de pagar um suborno e passou seis meses na clandestinidade, tendo sido pego duas vezes e colocado na prisão, onde foi espancado por funcionários e detentos.
Nyombi, que agora vive em Portsmouth, onde ele é cuidador, disse: "É realmente uma boa notícia, mas às vezes não tem a ver com dinheiro. Nada pode compensar o que eu passei, e, apesar de tudo o que eles têm oferecido, ainda não vão se desculpar. Eles acham que um pedido de desculpas é dinheiro, mas não é". Ele planeja dar parte do dinheiro para instituições de caridade que fizeram campanha para trazê-lo de volta à Grã-Bretanha.
Seu advogado, Shamik Dutta, do escritório Fisher Meredith, disse: "John Bosco Nyombi é uma das muitas vítimas inocentes que sofreram agressões e prisões ilegais nas mãos do nosso sistema imigratório mal administrado. A conduta ilegal do Ministério do Interior nesse caso é uma mancha na nossa reputação nacional".
Autor: Emily Dugan
The Independent e Unisinos


sábado, 13 de setembro de 2014

Hollywood discrimina atores gays, diz estudo da Universidade da Califórnia





Mais de 50% dos profissionais entrevistados pela UCLA afirmam que cineastas tendem a não escalar homossexuais

por O Globo

RIO — Mais de metade dos atores gays de Hollywood acreditam que diretores costumam ser preconceituosos contra atores gays, bissexuais e transgêneros, diz informe divulgado pelo Williams Institute, iniciativa thinktank que estuda temas gays da Universidade da Califórnia.
Segundo o relatório, mais de 50% dos entrevistados também afirmam que já ouviram comentários preconceituosos de cineastas e produtores. Um terço dos atores gays que participaram da pesquisa dizem que já viram artistas LGBT sendo desrespeitados durante gravações.
Enquanto 53% doas atores e atrizes gays assumem suas orientações sexuais para seus companheiros de profissão, o estudo descobriu que apenas 36% deles o confessam a seus agentes, e só 13% “saem do armário” para os executivos da indústria. Um quinto dos homens e 13% das mulheres homossexuais afirmam que já sofreram discriminação no ambiente de trabalho.
“Descobrimos que artistas LGBT têm barreiras substanciais para enfrentar quando buscam emprego”, comentam os autores do estudo, os acadêmicos M.V. Lee Badgett e Jody L. Herman. No entanto, 72% de profissionais gays que assumiram sua sexualidade publicamente afirmam que isto não afetou suas carreiras e dizem que seus colegas devem fazer o mesmo.
Outros relatórios publicados recentemente afirmam que mulheres também sofrem preconceito em Hollywood. Um estudo encomendado pelo Festival de Sundance no ano passado afirma que cineastas do sexo feminino têm mais dificuldades na capital do cinema do que os homens, apesar de serem muito ativas e presentes no mercado independente. Outro informe, publicado em julho, mostra que 75% dos empregados de grandes blockbusters são homens.

Imagem: Jake Gyllenhaal e Heath Ledger em cena de ‘O segredo de Brokeback Mountain’, de Ang Lee - Divulgação

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Nazismo russo: jovens gays são torturados e obrigados a gravar vídeo com humilhações





A situação da homofobia está fora de controle na Rússia. Depois que o presidente Vladimir Putin aprovou uma lei federal que proíbe a propaganda gay a menores de idade, já tendo até prendido cineastas estrangeiros enquadrados na nova lei, agora neonazistas deram mais uma prova que a intolerância no país é perigosa. Esta semana, um grupo russo de skinheads divulgou na internet vídeos em que aparecem obrigando rapazes a assumirem a homossexualidade por meio de tortura e ainda agressões nas ruas.

http://revistaladoa.com.br

O grupo Ocupar-Pedofilyay, diz que gays são pedófilos, e se passam na para marcam encontros com outros gays adolescentes. As vítimas são obrigadas a assumir que são gays e são humilhadas e ridicularizadas. Em uma das imagens, um gay aparece amarrado, com pinturas pelo corpo e um consolo. Em outro, um rapaz recebe uma chuva de urina. Segundo relatório da Spectrum Alliance Human Rights, Alex Bulygin, de 19 anos, teria cometido suicídio depois que sua sexualidade foi exposta para amigos e parentes.

Em um dos vídeos, um dos participantes do grupo nazista diz: "Se eu tivesse como iria matar todos, mas o estado não permite isso." Segundo o relatório, mais de 500 grupos como este atuam no país, após um chamado de um líder neonazista, e nenhuma providência foi tomada pelas autoridades. Em Volgogrado, um homem gay foi torturado no mês passado até a morte e teve seu crânio esmagado com uma pedra.

O país será sede dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014.

Assista alguns dos videos russos, o primeiro de um rapaz de 15 anos que foi a um falso encontro e outro de uma agressão pública:
Assista aos vídeos aqui
http://revistaladoa.com.br/2013/07/noticias/nazismo-russo-jovens-gays-sao-torturados-obrigados-gravar-video-com-humilhacoes