quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Episódios de Discriminação e Perseguição a Lésbicas e Gays pelo Mundo – Parte 1





Em outubro de 2013 começamos uma pesquisa inovadora com a finalidade de examinar as relações entre pobreza, orientação sexual e o fato de uma pessoa ser refugiado/a no Reino Unido. Para ter acesso ao relatório, basta acessar aqui: http://goo.gl/gB0IiT
Como parte de nossa pesquisa, entrevistamos 50 lésbicas e gays refugiados de 13 países diferentes, que compartilharam algumas das experiências de perseguição e discriminação que haviam enfrentado.
Um dos objetivos da Micro Rainbow International é mudar as atitudes sociais, a fim de alcançar a igualdade para as pessoas LGBTI . Ao compartilhar estas histórias, esperamos aumentar a consciência sobre os principais problemas enfrentados por tais pessoas e dar mais um passo no sentido da igualdade para todos. Se você quer nos ajudar a mudar as atitudes sociais, por favor, compartilhe essas histórias nas redes sociais; juntos podemos fazer a diferença.
Dentro da família
Minha família me expulsou de casa quando descobriram. Eu tive que deixar minha comunidade. Eu estava com muito medo, pois eles eram muito religiosos e com forte influência na comunidade. (Jamaica)
Na Argélia, quando eu era ainda criança, meu pai me apanhou de surpresa vestido como uma mulher, me bateu várias vezes e queimou minha perna com um maçarico.
Na Uganda, eu fui pego com a minha namorada na véspera de Ano Novo por meus irmãos e irmãs. Eles me bateram e me levaram para a delegacia.
No Malawi, fui pego pela minha família beijando minha namorada, meu pai me deserdou e a comunidade reagiu de forma violenta. Você não pode contatar ninguém, você tem medo de todo mundo, você não é nada.
Meu pai me expulsou de casa e tentou “me exorcizar”, já que acreditava que eu estava possuído por um demônio. (Uganda)
Quando meus pais descobriram sobre mim, eles chamaram um feiticeiro para me purificar e tentaram “me exorcizar”, fizeram com que ele bebesse o sangue de uma galinha, etc. (Gana).
Na escola
Fui expulso da escola, espancado por meus colegas de classe e até mesmo pelos porteiros. Eu estava ferido, não podia ir para casa, passei duas noites na rua, tinha que encontrar um abrigo para viver dois meses com meu companheiro. Eu realmente estava com fome. (Uganda)
Quando eu estava na universidade, eu fui visto com um cara, e depois fui humilhado pelos outros estudantes. Fui espancado, obrigado a andar nu pelos corredores, etc. (Gana)
Na Uganda, fui expulso da escola quando descobriram que eu era lésbica.
No local de trabalho
Meu chefe quase me despediu quando descobriu que eu era lésbica, ele começou a mudar meus turnos, me escondia no local de trabalho, não me atribuia nenhuma tarefa ou tampouco me pagava corretamente. (Uganda)
Na Jamaica, ninguém queria me dar um trabalho, portanto eu não tinha outra escolha além de montar o meu próprio negócio. Eu tentei ser um garçom em Le Meridian hotel, mas quando eles souberam que eu era gay eles me bateram.
Na Uganda, quando eu terminei o meu curso de administração, fui forçada a casar com o filho do meu chefe quando ele descobriu que eu era lésbica. Após seis meses eu fugi.
*Muito obrigado ao nosso voluntário Diego Bielinski pela tradução deste texto.
Se você gosta de nosso trabalho, por favor, ajudem-nos! Cada centavo doado será utilizado exclusivamente para o custeio de atividades que abordam a pobreza das pessoas LGBTI no mundo.
http://micro-rainbow.com/blog/pt-pt/20140428/episodiosdediscriminacaoparte1/


domingo, 18 de janeiro de 2015

Homossexualidade na Idade Média







Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A homossexualidade na Idade Média, é uma matéria de complexo estudo, embora os académicos e os estudiosos do "mesmo sexo" eram comuns nas culturas árabe medieval, como comprovado nas poesias deixadas sobre o amor do mesmo sexo.
De acordo com John Boswell, autor de Cristianismo, Tolerância Social e Homossexualidade,1 houve comunidades monásticas cristãs de pessoas do mesmo sexo e de outras ordens religiosas, em que a homossexualidade prosperou. De acordo com Chauncey et al. (1989), o livro "ofereceu uma interpretação revolucionária da tradição ocidental, afirmando que a Igreja Católica Romana não havia condenado os gays ao longo de sua história, e, pelo menos até o século XII, não tinha evidenciada nenhuma preocupação especial sobre a homossexualidade ou o amor celebrado entre homens."
Boswell foi também o autor de Same-Sex Unions in Pre-Modern Europe (New York: Villard, 1994) no qual ele argumenta que a liturgia adelphopoiesis evidência de que a atitude da igreja cristã em relação à homossexualidade tem mudado ao longo do tempo, e os cristãos da altura, na verdade aceitavam as relações homossexuais2 .
Alguns críticos, nomeadamente RW Southern, refutam os achados de Boswell e o rigor académico. O seu trabalho atraiu grande controvérsia, pois foi visto por muitos como apenas uma tentativa de Boswell justificar a sua homossexualidade e a fé católica romana. Por exemplo, aponta RW Southern, que o homossexualismo tinha sido condenado extensivamente por líderes religiosos e estudiosos medievais bem antes do século XII, apontando para os livros de punições que eram comuns na sociedade medieval, muitos dos quais incluem a homossexualidade como um dos pecados graves.3
A história de relações homossexuais entre mulheres na Idade Média é extremamente difícil de estudar, mas não há nenhuma dúvida da sua existência. Alguma legislação contra as relações lésbicas podem ser invocados para o período, principalmente envolvendo o uso de "instrumentos", por outras palavras, dildos.4
História
Durante a Idade Média a vontade de Deus era o argumento para todas as acções, inclusive em situações cruéis. A ascensão do Cristianismo em Roma reverteu os valores da época, caçou hereges e perseguiu os diferentes. O Papa passou a ter um poder divino sobre a terra, dividindo com os imperadores o governo das nações. O conhecimento ficou restrito aos nobres e aos clérigos.
A religião de Roma prosseguiu. Diversos são os relatos sobre casos de homossexualidade dentro das religiões e Papas homossexuais fizeram parte da história da Igreja. Em 1123, foi declarada a nulidade de casamentos de padres.5
Inquisição
O papa Gregório instituiu o direito ao Tribunal do Santo Ofício, em 1231, e ordenou o combate às mazelas difundidas em toda a Europa. Os homossexuais foram tão perseguidos que, somente no Brasil, já no século XVII, foram registadas 4.419 denúncias de sodomia, dos quais, 30 foram enviados à Metrópole e condenados à fogueira. Muitos fidalgos portugueses fugiam para a então colónia em busca de sossego da Inquisição.
A sodomia era considerada a pior das heresias. Para homossexuais, a idade justificava a pena. Após confissões obtidas na base da tortura, o indivíduo abaixo de 15 anos era recluso por três meses. Acima dessa idade, deveria ir preso e posteriormente pagar multa. Os adultos deveriam pagar multas, caso contrário tinham os seus genitais amarrados e deveriam andar nus pela cidade, serem açoitados e depois expulsos. Caso fossem maiores de 33 anos, o acusado seria julgado, sem direito a defesa e, caso condenado, morto em fogueira e seus bens confiscados. Apesar de todo os esforços, nesse mesmo período existem relatos de pelo menos dois papas homossexuais: Papa Paulo II e Papa Alexandre VI.5
Península Ibérica ( al-Andalus)
A homossexualidade não existia na Idade Média Ibérica. Os cristãos condenavam qualquer prática sexual não-procriativa, sendo que o acto não-procriativo, quando os agentes eram um homem e uma mulher, muitas vezes recebia penas mais severas que entre dois homens (a sodomia)6 . Não havia, portanto, uma identidade homossexual. Quando dois homens mantinham um relacionamento íntimo não sexual, eram, pelo contrário, vistos como dotados de honra e valores.
História
Na região conhecida como al-Andalus, governada por muçulmanos, os não cristãos que praticavam a sodomia abertamente, tendo relacionamentos estáveis e intercurso sexual com parceiros do mesmo sexo, eram a elite intelectual e política da época. Abderramão III, Aláqueme II, Hisham II, e al-Mutamid mantinham haréns masculinos. As memórias de Badis, o ultimo rei Zirid de Granada, faz inúmeras referências à contratação de prostitutos, que além de cobrarem valores exorbitantes pelos seus serviços, mantinham como clientela a mais alta classe da região.7 À despeito das inúmeras críticas dos cristãos, a sodomia nunca foi claramente condenada entre árabes e judeus medievais. No último século de dominação islâmica na Espanha, a sodomia era inclusive vista como uma prática de resistência ao cristianismo que se impunha cruelmente, destruindo escolas, bibliotecas, sinagogas e mesquitas da região. A Idade do Ouro do ocultismo também aconteceu em Al-Andalus, na Idade Média Ibérica. Os místicos, principalmente judeus e muçulmanos, estudavam, desenvolviam e ensinavam a Cabala e a Alquimia. A Ordem dos Templários teve uma presença significativa nessa região, onde são encontradas a maioria dos capítulos da Ordem. Principalmente entre os místicos muçulmanos e judeus o relacionamento entre dois homens era bastante comum e visto com naturalidade. Os cristãos referiam-se a esses místicos como escandalosos e depois de inúmeras acusações, terminaram por decretar a pena de morte aos sodomitas. Alguns grupos se mantiveram ocultos em confrarias e irmandades secretas, consta inclusive a presença de cristãos nesses grupos, que realizavam uma espécie de culto à Virgem Maria8 e podem ter relações com a Ordem dos Templários9 .
O casal mais famoso desse período foi Juan II e o seu amante Álvaro de Luna. O assassinato de Álvaro de Luna pelos cristãos se tornou no século XVII um evento bastante representativo da repressão à sodomia. Granada era vista como um lugar frequentado predominantemente por intelectuais e artistas abertamente sodomitas. Os cristãos acusavam os judeus de terem introduzido a sodomia na Espanha. 10 A relação entre os judeus sefaraditas de Granada e a sodomia ainda é claramente vista em letras de canções tradicionais da época.11 Federico García Lorca, nascido em Granada e tido como o maior poeta da Espanha e um dos maiores escritores do mundo, homossexual assumido que foi assassinado pelos franquistas na Guerra Civil Espanhola12 13 . , fez inúmeras referências à Granada sodomita nos seus escritos. Por se tratar de uma história contada pela minoria sobrevivente ao massacre provocado pela cristandade ibérica, os estudos sobre a homossexualidade nesse período ainda são insuficientes para determinar com mais clareza a vida quotidiana em Al-Andalus.
O lesbianismo era comum, sobretudo nos haréns, embora se tratasse de relações mantidas discretamente por serem passíveis de utilização em intriga política.14 Algumas mulheres privilegiadas do Al-Andaluz tinham acesso à educação; existem antologias modernas de poesia escrita por mulheres,15 16 em que o amor entre mulheres aparece tratado com naturalidade.17
A homossexualidade passa a ser categorizada e referida como anomalia a partir do século XIX, por influência do pensamento cristão na formação de cientistas e académicos da época. Até mesmo os pensadores muçulmanos e judeus posteriores acabam sofrendo influência ideológica do cristianismo, passando a condenar veementemente a homossexualidade, sem saber que muitos místicos e estudiosos que sistematizaram seus rituais e textos sagrados eram abertamente homossexuais.
Poesia homo erótica
Por entre o esplendor medieval da cultura judaica descobriu-se, graças aos estudos de Jefim Schirmann e Norman Roth, que o homoerotismo e a homossexualidade tiveram grande importância na sociedade judaica da época. De facto, na cultura cristã e entre os séculos XIII e XVII, associava-se o judaísmo à perversão sexual e à homossexualidade, sobre o que ficou testemunho na poesia satírica da época.18
Os autores da poesia homoerótica hispanojudaica, que declaram o seu amor tanto a rapazes como a homens adultos, chegavam a ser importantes líderes das suas comunidades ou rabis, como é o caso de Ibn Gabirol, Samuel ha-Naguid, Moisés Ibn Ezra e Judah ha-Levi.18

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Rússia proíbe condução a pessoas com “orientações sexuais diferentes”





Numa medida que promete fazer correr muita tinta, a Rússia decretou a proibição de condução por parte de homossexuais, bissexuais e qualquer outra pessoa que, de acordo com uma lei recém-publicada naquele país, padeça de “desordens de preferências sexuais”.

http://www.absolute-motors.com

De acordo com a Radio Free Europe, o decreto-lei foi assinado pelo primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev, a 29 de Dezembro e publicado dia 4 de Janeiro, baseando a capacidade de condução de acordo com a orientação ou identidade sexual. No decreto são descritas uma série de condições médicas que desabilitam os condutores a assumir o volante, incluindo diversas condições físicas.
Inclui ainda aquilo que a Organização Mundial de Saúde (OMS) identifica como “desordens de identidade de género” e “desordens de preferência sexual”, o que inclui “transsexuais”, “desejo de viver e de ser aceite como membro do sexo oposto” e também a “utilização de roupa do sexo oposto de forma a experimentar temporariamente a pertença ao sexo oposto”.
Citada por aquele órgão de comunicação, Maria Bast, advogada da Associação de Advogados Russos para os Direitos Humanos, apelidou a lei de “imoral” e “discrimatória”, adiantando ainda que vai pedir a clarificação da mesma na comissão dos direitos humanos do Kremlin e no Tribunal Constitucional Russo.
Outras características que impedem os russos de conduzir envolvem “sadomasoquismo”, “fetichismo”, “voyeurismo”, “exibicionismo” e “pedofilia”. O objectivo do governo russo é tentar acabar com as mortes nas estradas, culpabilizando aquela franja dos condutores pelas fatalidades nas estradas.
Mas não são apenas de cariz sexual os factores de inibição de condução: também pessoas diagnosticadas com problemas de jogo, piromaníacos e cleptomaníacos vão ser impedidos de conduzir. Desconhece-se a forma como as autoridades vão vigiar e controlar os condutores nas estradas.
Por outro lado, os legisladores europeus já pediram à Organização Mundial de Saúde que deixe de classificar os transsexuais como doentes mentais, tendo em vista a revisão iminente da Classificação Internacional de Doenças, o guia de referência para a descrição dos problemas listados pelas autoridades russas como impeditivos para a condução. A homossexualidade deixou de constar nessa classificação da OMS em 1990, mas as associações dos direitos humanos e de igualdade de géneros esperam a retirada das restantes características de orientações sexuais do leque de desordens físicas ou mentais.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Piden la retirada de un juego que consiste en "matar gais" - PC




Las asociaciones lo consideran "intolerable".


ELPAIS

La industria del videojuego en España inicia el año con una nueva controversia en torno a un videojuego web que tiene como objetivo "matar gais" y que ha sido denunciado por elObservatorio Contra la Homofobia y el Front d'Alliberament Gai de Catalunya.
El videojuego, producido por Juegos Flasher, consiste en "matar" homosexuales que se encuentran ocultos entre la maleza. El jugador controla a un cazador que va armado por el bosque y que debe disparar a los gais.
Los dos organismos han solicitado la "retirada inmediata" del juego de Internet por ser "repugnante e indecente. El acceso al juego es gratuito y no cuenta con regulación por edad alguna como sí sucede con los videojuegos comerciales.
"Es absolutamente intolerable y delictivo este juego que llama abiertamente a un delito de odio y discriminación por razón de orientación sexual. No podemos tolerar esta violencia extrema que llama al asesinato de gais", apunta OCH.
El Observatorio Contra la Homofóbia ha solicitado a la Generalitat, a los Mossos y a la Fiscalía que "activen todos los mecanismos" para eliminar este videojuego homófobo de Internet accesible desde navegador.
Durante la última década, el sector del ocio digital ha normalizado la introducción de personajes homosexuales en videojuegos, con empresas galardonadas Electronic Arts por haber trabajado por la integración del colectivo en sus juegos.